A geração distribuída (GD) é o processo que gera a energia elétrica próximo ou no local do consumo. Ela geralmente utiliza fontes de energia renováveis, dentre elas a solar, eólica, biomassa e hidrelétrica com usinas de pequeno porte. Nesse sentido, a GD ainda se divide entre micro e minigeração distribuída, que diferem entre elas pela potência da usina.
Como um exemplo do processo de microgeração distribuída, podemos citar um prédio residencial que instala painéis fotovoltaicos e geram a energia que será consumida pelos apartamentos e áreas comuns dos prédios.
Já com relação a minigeração distribuída, podemos dar como exemplo um parque eólico que produz energia para alimentar pequenas fábricas e/ou pequenos vilarejos e bairros.
Já escrevemos aqui no blog da Digital Grid sobre geração distribuída e, nesse artigo, vamos aprofundar mais sobre a micro e minigeração distribuída. Vamos apontar a diferença entre as duas, mostrar seus benefícios, modelos e tecnologias utilizadas. Boa Leitura.
Quais as diferenças entre micro e minigeração distribuída?
A principal diferença entre microgeração e minigeração de energia é a potência instalada. Veja:
Microgeração distribuída
Sistemas de geração distribuída com potência instalada de até 75 kW. Esses sistemas são geralmente adotados por residências, pequenos comércios e propriedades rurais.
Minigeração distribuída
Sistemas com potência instalada entre 75 kW e 3 MW, podendo chegar até 5 MW, nos casos das centrais despacháveis. Geralmente é utilizada por indústrias, grandes comércios, fazendas e condomínios.
Como funciona a micro e minigeração distribuída
As tecnologias utilizadas estão ligadas a fonte de energia utilizada, as mais comuns são a solar fotovoltaica, eólica de pequeno porte e a de biomassa. Vamos entender cada uma delas.
Energia Solar fotovoltaica
A energia solar fotovoltaica é gerada pela conversão da radiação solar em energia elétrica. Os painéis solares são formados por várias pequenas células fotovoltaicas, que são compostas por semicondutores. Quando os fótons da radiação solar atingem essas células, eles liberam elétrons, que se movem livremente, criando o efeito fotovoltaico.
Esse processo gera corrente contínua dentro do sistema. Em seguida, essa corrente é direcionada para inversores, que a transformam em corrente alternada, permitindo seu uso em residências e empresas.
Para o futuro
Como esse sistema de geração distribuída utiliza a luz do sol, um dos próximos passos é a utilização de baterias, que fazem o armazenamento de energia e permite o uso da eletricidade durante à noite ou em períodos de baixa geração. Outro plano do mercado de geração distribuída é fazer com que a energia armazenada nos carros elétricos também sejam injetadas na rede da distribuidora, sendo mais uma possibilidade de compensação.
Eólica de pequeno porte
Os parques eólicos operam capturando o vento através de aerogeradores, que acionam os rotores. Estes rotores convertem a energia cinética do vento em energia mecânica. Em seguida, essa energia mecânica é utilizada pelos geradores para produzir energia elétrica, que pode ser consumida diretamente no local ou enviada para a rede de distribuição.
Biomassa
Uso de resíduos agrícolas ou florestais para gerar eletricidade. Nesse modelo, a energia elétrica é gerada por meio da queima direta dos insumos ou do gases capturados durante o processo de decomposição orgânico.
Importância da geração distribuída no Brasil
O Brasil possui uma vasta diversidade de recursos naturais, o que potencializa a adoção de projetos de geração distribuída. Assim, além de diminuir as perdas na transmissão e distribuição, possibilitando a diversificação da matriz energética aumentando a eficiência do sistema.
Vantagens econômicas
- Redução na conta de luz: Consumidores podem gerar parte ou toda a energia que consomem, reduzindo significativamente a fatura de energia elétrica.
- Valorização do imóvel: Imóveis com sistemas de geração distribuída tendem a ser mais valorizados no mercado.
Benefícios ambientais
- Redução das emissões de CO2: Ao utilizar fontes renováveis, contribui-se para a mitigação das mudanças climáticas.
- Preservação de recursos naturais: Diminui a dependência de combustíveis fósseis e recursos hídricos.
- Autossuficiência energética: Independência das concessionárias: Consumidores podem gerar sua própria energia e, em alguns casos, injetar o excedente para a rede, aumentando a eficiência energética.
Processo de instalação e conexão à rede elétrica
Para ter uma usina de micro ou minigeração de energia elétrica é necessário seguir um passo a passo.
Implantação
- Avaliação do local e dimensionamento do sistema.
- Instalação dos equipamentos e conexão ao sistema elétrico interno.
- Homologação e conexão à rede da concessionária, permitindo a compensação de energia.
Mensuração e monitoramento
- Manutenção preventiva e corretiva para garantir a eficiência e longevidade do sistema.
- Monitoramento em tempo real via aplicativos e sistemas de gestão para acompanhar a geração e o consumo.
Requisitos para se qualificar
- Cadastro junto à concessionária de energia local.
- Atendimento às normas técnicas e de segurança vigentes.
- Apresentação de documentação e projetos técnicos.
Legislação para a micro e minigeração distribuída
A legislação que regulamenta a geração de energia distribuída no Brasil é a Lei 14300/2022, contudo algumas normativas já foram implementadas pela ANEEL para organizar o sistema de micro e minigeração distribuída, são elas:
Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012
A resolução nº482/2012 estabelece as condições gerais para o acesso de micro e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica. Já a resolução nº 687/2015, atualiza a resolução 482 e introduz novas regras para a compensação de energia.
Incentivos e subsídios governamentais
- Isenção de ICMS para energia gerada e consumida no mesmo local em alguns estados.
- Suspensão de PIS / Cofins para projetos de minigeração de energia elétrica
- Linhas de financiamento com juros reduzidos para projetos de geração distribuída, como o programa ProGD do BNDES.
Conclusão
Pensar em formas sustentáveis de geração de energia é um assunto urgente e fundamental e, nesse sentido, projetos de micro e minigeração de energia são já são uma realidade no Brasil e no mundo.
Contudo, ainda existe grande espaço para crescimento, com geração de emprego e lucratividade para as usinas geradoras, além de benefícios para os consumidores que vão ter descontos em suas faturas de energia e ainda contribuir para a preservação ambiental.
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