A padronização e disponibilização de dados no setor elétrico é um assunto crítico para garantir uma boa operação de usinas de energia renovável. As API’s e movimentos como o Open Energy podem garantir que a transição ocorra de maneira sólida.
Por que os dados são tão importantes?
A palavra “dados” tem se tornado gradativamente mais presente no nosso cotidiano, visto que diversas organizações a usam para explicitar sua importância. Na era da tecnologia, as informações disponibilizadas adquirem sentido a respeito de determinado assunto quando reunidas. Os dados possuem diversas características, como os dados pessoais, informativos, operacionais, dentre outros. As organizações utilizam esses dados em várias etapas de seus processos, como:
- Segurança: as etapas de validação de autenticidade;
- Recomendação: a oferta de produtos ou conteúdos que tenham mais a ver com os gostos do usuário;
- Reconhecimento de imagem e texto: a exemplo de aplicações que trabalham com análise de imagens clínicas na identificação de doenças e aplicações que desenvolvem chatbots.
Existem diversos exemplos dos quais as organizações podem aplicar os dados. Entretanto, é importante destacar também as responsabilidades que as entidades possuem perante a utilização e disponibilização dos dados, considerando o poder que eles garantem. Para garantir a proteção das informações e prevenir a má utilização, no Brasil é seguida a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Desta forma, os dados representam um dos bens digitais mais preciosos que possuímos atualmente. Para ter acesso legal aos dados que possam ser usados para diversos fins, é necessário recorrer às API’s de coleta de dados.
O que são API’s?
A digitalização dos dados nos garante acesso a eles a qualquer momento e possibilita disponibilizá-los para terceiros de forma a agregar no desenvolvimento de novas soluções. As empresas utilizam API’s (do inglês, Application Programming Interface) [1], um mecanismo que intermedeia o fornecimento entre a entidade fornecedora dos dados e a que os utilizará, como mostrado na figura abaixo. As API’s realizam essa conexão seguindo uma série de protocolos para garantir um acesso seguro e eficiente. As empresas utilizam API’s para disponibilizar dados, como o Twitter, que possibilita a recuperação de tweets por meio de sua API, usada em várias aplicações, estudos e experimentos. Logo, considerando os benefícios que seu uso pode trazer, o processo de disponibilização dos dados é extremamente importante.
Todavia, a obtenção desses dados nem sempre é possível, seja por limitações tecnológicas, por proteção dos dados ou por falta de API’s. Como a exemplo do setor de energia elétrica que possui uma quantidade limitada de API’s voltadas para o consumo de dados. Ainda, as disponibilizadas não fornecem um acesso mais abrangente aos dados, restringindo e dificultando assim o acesso à informação.
Open Energy: Setor elétrico e digitalização dos dados
Para contornar essa limitação de possibilidades de obtenção de dados voltados para o setor de energia, são utilizadas algumas técnicas alternativas de obtenção de dados como a exemplo
- Web Scraping, que coletam informações e dados diretamente da internet.
- Bots, que simulam a ação de um usuário e assim pode realizar operações de recuperação de dados de forma automatizada.
Implementar essas alternativas pode ser desafiador, visto que demandam uma estrutura fixa para captura de dados, mas elas nos garantem acesso aos dados de modo que ainda seja possível trazer inovação e soluções para o mercado de energia elétrica. Deve-se ter em mente que a utilização de tais técnicas deve respeitar a LGPD. Sabendo da complexidade da busca de dados via bots/web scraping, se torna cada vez mais necessário a padronização e a criação de APIs que facilitem a movimentação de dados do setor elétrico por meio de fontes robustas que sigam padrões nacionais e globais. Isto posto, a influência do movimento de Open Energy, que tem como referência o Open Banking, é crucial para mudar o setor elétrico.
O Open Energy tem como intuito realizar a digitalização do setor de energia elétrica. Para isso é necessário a utilização de API’s que realizaram o intercâmbio de informações entre empresas. Não obstante, uma etapa indispensável para o Open Energy é a segurança dos dados, que vem sendo tratada como prioridade na sua implementação. Tal qual a LGPD, que é um tópico essencial dentro do movimento Open Energy. Algumas vantagens que a Open Energy pode alcançar são:
- Análise dos valores tarifários e tributários;
- Incentivo a geração compartilhada;
- Mitigação de erros de medidores de grandes consumidores;
- Segurança no intercâmbio de dados entre entidades da área.
Em vista disso, o movimento Open Energy é o futuro do setor de energia no Brasil e no mundo. Ele traz como essência garantir que o setor elétrico aumente seu grau de digitalização com foco em eficiência e sustentabilidade.
Exemplo de soluções que utiliza dados
O mercado de energia elétrica é amplo e cheio de oportunidades. Atualmente existem diversas fontes de energia como, energia solar fotovoltaica, eólica e de hidroeletricidade. Considerando que com a geração distribuída, que é a geração de energia de maneira descentralizada por meio de usinas de micro/minigeração e que geralmente não ultrapassam 3 MW, o consumidor passou a poder receber energia por meio de fontes limpas de maneira simples. Apesar disso, à medida que o número de unidades consumidoras que recebem energia vai aumentando, é importante a utilização de uma ferramenta que faça gestão de créditos de energia para unificar os dados que atualmente não possuem uma API para consumo.
Desta forma, a Digital Grid possui uma plataforma pronta para atender sua necessidade de gerenciar os créditos na geração distribuída, participando desde a medição da geração de energia até a confirmação do pagamento fazendo todo papel tecnológico e digitalizando informações por meio de técnicas como OCR, web scraping e análise de dados.
Quem é a Digital Grid?
A Digital Grid é uma empresa inovadora de base tecnológica que faz a gestão dos créditos de energia na geração distribuída.
Ela é responsável por gerir os créditos das usinas e fazer todo o trâmite de relacionamento com o consumidor final. Deste modo, a empresa cria ambientes de acesso, gerando faturas e fazendo cobranças de forma automática e inteligente.
Tudo isso de forma simples e fácil para a Usina e o consumidor final, contribuindo para a sustentabilidade tanto das operações e resultados das Usinas quanto para a maximização do consumo de energia limpa.